domingo, 18 de janeiro de 2009

O tempo pede um tempo
Para o caminhar desassossegado
Para o ponteiro nervoso que não pára
Enquanto os corações esperam.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Da corrupção e da redenção


É só porque o Vermelho me inspira
É só porque o Vermelho me dá Prazer
Prazer que vai além do prazer
De ver
O quente da cor cobrir-me sobre o vermelho do meu sangue.
Me cobrir de sangue
E depois envolver-me no branco lençol
Que vermelho fica.
Ah, o Vermelho...
Vermelho que dá vida
Vermelho sangue da Vida!
Vermelho que aquece o corpo
Que inebria as mentes pervertidas
Vermelho das putas
E das santas de bom coração [vermelho].
Vermelho das fantasias mais terrenas
E da melancolia mais metafísica.
Vermelho, vinho
Vermelha cor do vinho
Vinho que é sangue
Puro sangue do pecado.
Altivez, força
Poder que me dá o Vermelho: Vida
Quero revestir-me de sua cor por completo
Fechar os olhos e sentir o vermelho que verte
E mancha, mancha, mancha...

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Gigante e o Anão

Fatídico céu. Não quero sua morada. Céu pra mim não é nada.
Não quero a felicidade eterna, a previsibilidade dos bons momentos.
Não quero um sorriso permanente no rosto, nem tampouco ter a certeza que tenho todos os prazeres à minha disposição.
Ah, que falta de atrativos, quão sem-graça é o que os outros chamam de “Céu”!
Quero arder no perigo, correr riscos, apreciar cada prazer vivido com a incerteza de amanhã não ser mais igual.
Quero o universo paralelo mais intenso a cada dia, quero esbofetear a face dos pudicos e cuspir nos hipócritas.
Quero chorar no gozo e rir na dor. Quero que minhas carnes tremam, que cada poro do meu corpo lateje, insatisfeito, ansioso, insaciável, sedento, frenético.
Depois disso eu terei, sim, a felicidade eterna. Caminhando sempre de mãos dadas com a tristeza, e tornando-a cada vez menor, mais insignificante, mais minúscula. O Gigante e o Anão. Cada um cumprindo a sua missão.