segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sete Segundos


Saliva, Suor, Sudorese, Sangue, Secreção, Sêmen.
Fluidos que se interagem
Se misturam
Se engatam.
Pernas enroscadas
Mãos desesperadas
Boca sedenta
Trêmula.
Cabelos, tapas, unhas, movimentos
Loucura, desejo
Taquicardia e olhos famintos.
Sussurros, gemidos, gritos, e...
Ohhhhhhh!
A magia fez-se
1
2
3
4
5
6
7
e desfez-se
Sob Sabor
S
E
X
O

sexta-feira, 20 de março de 2009

Homo sabriens

“Boa noite, querida.
Tenha doces sonhos macabros.”

Cubro-me. Acordo. “Descubro-me”. Que dor...
Mais um dia, um a mais...
Bom dia céu, bom dia mar, bom dia flores,
Bom dia a todos os cães pulguentos que cruzarem hoje o meu caminho.

[Sorrisos de Monalisa derramam suas graças. Sinto-me na Europa, respirando ares parisienses, cercada de telas Da Vincianas. Um luxo!]

Você é aquilo que fala
Aquilo que veste
Aquilo que constrói.
Cansei da simpatia. Prefiro bruxaria nórdica.
Cansei de ser sexy. Já ouviram? Recomendo.
Cansei da arquitetura-engenharia de projetos engavetados. Por isso resolvi fazer Direito. E será que o faço?
Cansei de ser Super-Homem. Fernando Pessoa me aplaudiria; Friedrich Nietzsche queimaria todos os seus manuscritos zaratustrianos.

Cafeína, mais cafeína.
Combustível de minha alma estéril, prestes a sair cantarolando e dançando “Ciranda-Cirandinha” com outras tantas alminhas risonhas.
Bom dia escudo. Bom dia espada. Acompanhem-me em mais uma missão bélico-diplomática.
Bom dia ao belo pôr-do-sol de Edvard Munch.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Maria Boba

Tic ta
quicardia
Eu que não sabia
Que tanta nostalgia
Sentiria
E que tanto sentimento
Só cresceria
Aumentaria
Dia a
dia.

Tic ta
quicardia
Quem diria
Que o infinito, en
Findaria
E que tu, pra mim
Voltaria
E meu peito, de alegria
Se encheria.
Mamma mia!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Inspiração negro-poética

Sem alarmes, sem melancolia. Nada de figuras macabras, nada de pulsos cortados ou miolos estourados. É poético, sim. Há uma sensibilidade intrínseca alojada nesses atos... Acho que poucas pessoas conseguem visualizar este ponto-chave, perceber a guerra espiritual que consegue levar um humanóide a dar adeus ao mundo cruel.
Diferentemente do que muitos apregoam como forma de auto-defesa, a vida não é tão simples... E nem é rara também. Alguns - estes sim, fracos - procuram enxergá-la com simplicidade, mascarando o que há de mais nojento (perdoem-me o adjetivo, mas realmente não consegui encontrar outro que se adequasse melhor) na essência mundana.
Essas sutilezas perturbam as mentes sensitivas, e criam um conflito interno insuportável, tranformando suas vítimas[?] em habitantes solitárias de bolhas flutuantes, prestes a estourarem e cairem em um abismo... Não é uma escolha, não... É o resultado de uma luta dolorosa, cansativa, incessante. E que, independentemente de vencedores ou vencidos, sempre terá um herói como protagonista.
Essa é uma visão particular que quis ver compartilhada. Mas quem disse que não se pode também descontrair com o assunto?
[Não, jamais faria uma apologia ao suicídio, jamé! Desejo longevidade a todos, que vivam além dos 90 anos batizando os tataranetinhos. E podem se entupir de agrotóxicos, gorduras saturadas, cafeína, antidepressivos, tranqüilizantes, álcool, tabaco e demais rejuvenescedores. Nós chegaremos lá, com fé em... Em quem mesmo?]




domingo, 18 de janeiro de 2009

O tempo pede um tempo
Para o caminhar desassossegado
Para o ponteiro nervoso que não pára
Enquanto os corações esperam.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Da corrupção e da redenção


É só porque o Vermelho me inspira
É só porque o Vermelho me dá Prazer
Prazer que vai além do prazer
De ver
O quente da cor cobrir-me sobre o vermelho do meu sangue.
Me cobrir de sangue
E depois envolver-me no branco lençol
Que vermelho fica.
Ah, o Vermelho...
Vermelho que dá vida
Vermelho sangue da Vida!
Vermelho que aquece o corpo
Que inebria as mentes pervertidas
Vermelho das putas
E das santas de bom coração [vermelho].
Vermelho das fantasias mais terrenas
E da melancolia mais metafísica.
Vermelho, vinho
Vermelha cor do vinho
Vinho que é sangue
Puro sangue do pecado.
Altivez, força
Poder que me dá o Vermelho: Vida
Quero revestir-me de sua cor por completo
Fechar os olhos e sentir o vermelho que verte
E mancha, mancha, mancha...

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Gigante e o Anão

Fatídico céu. Não quero sua morada. Céu pra mim não é nada.
Não quero a felicidade eterna, a previsibilidade dos bons momentos.
Não quero um sorriso permanente no rosto, nem tampouco ter a certeza que tenho todos os prazeres à minha disposição.
Ah, que falta de atrativos, quão sem-graça é o que os outros chamam de “Céu”!
Quero arder no perigo, correr riscos, apreciar cada prazer vivido com a incerteza de amanhã não ser mais igual.
Quero o universo paralelo mais intenso a cada dia, quero esbofetear a face dos pudicos e cuspir nos hipócritas.
Quero chorar no gozo e rir na dor. Quero que minhas carnes tremam, que cada poro do meu corpo lateje, insatisfeito, ansioso, insaciável, sedento, frenético.
Depois disso eu terei, sim, a felicidade eterna. Caminhando sempre de mãos dadas com a tristeza, e tornando-a cada vez menor, mais insignificante, mais minúscula. O Gigante e o Anão. Cada um cumprindo a sua missão.